ATA DA TRIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 23-5-2007.
Aos
vinte e três dias do mês de maio do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul,
Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste e
Nilo Santos. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Marcelo
Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Professor
Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providência nº 1258/07, o
Pedido de Informação no 082/07 (Processo nº 3107/07); pelo Vereador
Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 1232, 1234 e
1237/07; pelo Vereador Carlos Comassetto, os Pedidos de Providência nos
1244 e 1260/07, o Pedido de Informação no 080/07 (Processo nº
2998/07); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Providência nº 1247/07;
pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 1186 e
1253/07, o Projeto de Resolução nº 049/07 (Processo nº 2741/07); pelo Vereador
Elias Vidal, o Pedido de Providência nº 1211/07; pelo Vereador Ervino Besson, o
Pedido de Providência nº 1184/07; pelo Vereador Guilherme Barbosa, os Pedidos
de Providência nos 1182 e 1183/07; pelo Vereador Haroldo de Souza,
os Pedidos de Providência nos 1189 a 1210, 1212, 1214 a 1216, 1218 a 1231,
1233, 1235, 1236, 1238 a 1243, 1245, 1246, 1248, 1249, 1251, 1252 e 1254/07; pelo
Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 1169 e
1170/07; pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providência nos
1171 e 1259/07; pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos
1185, 1188 e 1213/07; pela Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos
1172 a 1181/07 e 1217/07; pela Vereadora Maristela Maffei, o Pedido de
Providência no 1250/07; pela Vereadora Maristela Meneghetti, o
Pedido de Providência no 1168/07; pela Vereadora Margarete Moraes, o
Pedido de Informação no 081/07 (Processo nº 3006/07); pelo Vereador
Professor Garcia, o Pedido de Providência nº 1187/07, o Pedido de Informação nº
083/07 (Processo nº 3114/07), o Projeto de Lei do Legislativo nº 063/07
(Processo nº 1841/07) , o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/07
(Processo nº 2503/07); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providência
nos 1255 a 1257/07, as Indicações nos 048 e 049/07
(Processos nos 3109 e 3110/07, respectivamente). A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Adeli Sell,
Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em
assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Carlos
Comassetto. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 1566, 1710, 1890 e
2282/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião,
constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da
Trigésima Primeira, Trigésima Segunda e Trigésima Terceira Sessões Ordinárias. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução no
043/07, discutido pelos Vereadores Márcio Bins Ely, José Ismael Heinen, João
Antonio Dib e Bernardino Vendruscolo; em 2a Sessão, o Substitutivo
n° 01 ao Projeto de Lei do Legislativo no 027/05, discutido pelo
Vereador Márcio Bins Ely e pela Vereadora Margarete Moraes; em 3a
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 024/07 e 239/06, este
discutido pela Vereadora Margarete Moraes. Em continuidade, a Senhora
Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Lindsey Marily da
Silva Larson, Presidenta do Centro dos Hemofílicos do Estado do Rio Grande do
Sul – CHERGS –, que solicitou
apoio para a obtenção de isenção de tarifa no transporte público coletivo para
os portadores de hemofilia, alegando
que os sintomas dessa doença e o preconceito sofrido por esses pacientes
dificultam suas oportunidades de trabalho e sustento econômico, expondo-os a situações
de emergência em decorrência desses fatores. Na ocasião, nos termos do artigo
206 do Regimento, os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Claudio Sebenelo, Adeli Sell e José Ismael Heinen manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e quatro
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib reportou-se às propostas que tratam da diminuição do recesso deste
Legislativo, destacando a similaridade entre o Projeto de Emenda à Lei Orgânica
n° 002/01, de autoria da Bancada do Partido Progressista, e o Projeto de Emenda
à Lei Orgânica nº 001/07, de autoria da Vereadora Maria Celeste. Nesse
contexto, citou Parlamentares que mudaram de posição a respeito da matéria,
salientando a importância da responsabilidade na tomada de decisões políticas.
O Vereador Haroldo de Souza contrapôs-se à existência de direitos diferenciados
para políticos eleitos e demais categorias profissionais, citando como exemplos
a imunidade parlamentar e o recesso das atividades das Casas Legislativas. Em
relação ao assunto, justificou seu voto contrário ao Projeto de Emenda à Lei
Orgânica n° 002/01, por considerar que essa proposta não era suficientemente
adequada aos interesses da população em geral. A seguir, foi apregoada a Emenda
nº 01, proposta pelo Vereador Professor Garcia e assinada pela Vereadora Clênia
Maranhão, Líder da Bancada do PPS, ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 019/05 (Processo nº 2603/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Nilo Santos rechaçou declarações do Vereador Carlos Todeschini, ontem,
durante reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e
Segurança Urbana, relativamente a declarações de que ex-integrantes do Governo
Municipal destinaram indevidamente alimentos estocados na Fundação de
Assistência Social e Cidadania – FASC. Nesse sentido, explicou que esses alimentos
foram recolhidos em evento realizado por entidades religiosas e parte deles foi
doada à FASC. O Vereador Nereu D'Avila defendeu a redução do recesso
parlamentar neste Legislativo, historiando a tramitação de proposição nesse
sentido e discorrendo acerca das motivações que levaram tal proposta a ser
analisada. Em relação ao assunto, salientou que tanto a Assembléia Legislativa
do Estado do Rio Grande do Sul quanto o Congresso Nacional já tiveram seus
recessos reduzidos e ressaltou que essa modificação propiciará melhoria na
receptividade dos trabalhos desta Câmara pela população. O Vereador José Ismael
Heinen repudiou declarações acerca do seu mandato como Presidente do Grêmio
Sargento Expedicionário Geraldo Santana, mostrando-se revoltado com insinuações
de que Sua Excelência teria sobreposto seus interesses políticos pessoais aos
dessa entidade. Nesse contexto, informou que tomará as medidas judiciais
cabíveis na busca de punição aos responsáveis por essas declarações e de
reparação pelas injúrias sofridas. A Vereadora Margarete Moraes desaprovou a
forma como a Prefeitura Municipal de Porto Alegre vem conduzindo as negociações
com representantes do funcionalismo público, considerando as propostas de
reajuste encaminhadas à categoria insuficientes e desrespeitosas. Também,
formulou críticas aos serviços disponibilizados à população porto-alegrense,
destacando deficiências nas áreas da limpeza urbana e da cultura e cobrando
medidas que possibilitem a melhoria do atendimento público de saúde. O Vereador Almerindo Filho discorreu
sobre medida anunciada pelo Conselho Regional de Medicina – CREMERS –, que
solicitou a interdição do Pronto Atendimento da Vila Cruzeiros do Sul, em face das condições precárias de atendimento apresentadas pelo
local. Quanto ao tema, analisou os recursos
financeiros existentes no Município e os obstáculos observados atualmente para
repasse de verbas estaduais e federais a serem destinadas a investimentos em
saúde pública em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz declarou que os problemas do Pronto Atendimento da Vila Cruzeiros do Sul são antigos, já existindo na época em que o PT governava Porto Alegre. Ainda, avaliou a forma como é abordada
pela imprensa a participação de políticos e servidores em cursos e eventos
custeados pelo Poder Público e, finalizando,
elogiou a Sociedade Brasileira de Glaucoma, por movimento nacional
empreendido para verificar índices estatísticos de portadores dessa doença. A
Vereadora Maristela Maffei teceu
considerações acerca do sistema público de saúde a que tem acesso a
comunidade gaúcha, asseverando
que as dificuldades vivenciadas pelas unidades de saúde do interior do Estado
refletem diretamente nos níveis de agilidade e qualidade dos serviços
oferecidos à população de Porto Alegre. Nesse
sentido, reportou-se aos pronunciamentos hoje ocorridos nesta Casa,
relativos à interdição do Pronto Atendimento da Vila Cruzeiro do Sul. A Vereadora Clênia Maranhão parabenizou
os porto-alegrenses pela presença nas reuniões do Programa de Orçamento Participativo
e aludiu ao movimento grevista
dos municipários, afirmando que
o Prefeito José Fogaça permanece dialogando com esses servidores, na busca de
soluções que valorizem a categoria e garantam qualidade nos serviços públicos. Da mesma forma, saudou a participação
da Câmara Municipal de Porto Alegre na mobilização em prol do Pronto Atendimento
da Vila Cruzeiro do Sul. Em TEMPO DE PRESIDENTE, a Vereadora Maria Celeste relatou ter participado de reunião, ontem,
com funcionários e usuários do Pronto Atendimento da Vila Cruzeiros do Sul, para debate das condições de trabalho observadas nessa unidade de saúde
e da solicitação de interdição do local efetuada pelo Conselho Regional de Medicina. Ainda,
frisou que as reclamações e reivindicações apresentadas pela comunidade
centraram-se basicamente em problemas administrativos e de gestão. Após, nos termos do
artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, a Senhora Presidenta concedeu TEMPO
ESPECIAL ao Vereador Carlos Todeschini, que relatou sua participação, em
Representação Externa deste Legislativo, nos dias dezessete e dezoito de maio
do corrente, em Brasília – DF –, em reunião com a equipe do Ministério de Estado
da Justiça que elabora o Plano Nacional de Segurança Pública, para apresentação
do Projeto de Lei do Legislativo nº 030/05, de sua autoria, em tramitação neste
Legislativo, que dispõe sobre a organização e integração dos serviços públicos
de segurança municipal, por meio das Áreas Integradas de Segurança Pública –
AISPS. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e trinta minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões
Permanentes, sendo retomados às dezessete horas e quarenta e um minutos,
constatada a existência de quórum. Após, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento
verbal, indeferido pela Senhora Presidenta, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Às dezessete horas e quarenta
e seis minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em
verificação solicitada pelo Vereador Alceu Brasinha, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pela Vereadora Maria Celeste e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Aldacir
Oliboni e secretariados pelos
Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu
Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída
e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Tendo
em vista que a representante do Centro dos Hemofílicos do Estado do Rio Grande
do Sul, que ocupará a Tribuna Popular, ainda não chegou por problemas de
trânsito, passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 1976/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 043/07,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que cria a Frente Parlamentar do Turismo
– FRENTUR – na Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0495/05 –
SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria da Verª Sofia Cavedon, que estabelece, nos convênios firmados
entre o Município de Porto Alegre e as instituições de atendimento em educação
infantil, como critério de desempate nos processos seletivos para matrícula de
crianças nas creches, a preferência para os filhos de jovens mães estudantes e
carentes com até 18 anos de idade, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
027/05.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 5827/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 239/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o art. 2º da
Lei nº 9.001, de 18 de novembro de 2002, que dispõe sobre a oficialização do
Brique de Sábado da Avenida José Bonifácio no Município de Porto Alegre e dá
outras providências, ampliando o seu horário de funcionamento e incluindo-lhe o
trecho compreendido entre o Largo Dr. José Faibes Lubianca e a Rua Santa
Terezinha.
PROC. Nº 1190/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/07, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui, no
Município de Porto Alegre, a Feira de Artesanato, Artes Culinárias e Economia
Solidária – Feira do Partenon -, determina substituição anual de seus
expositores, na ordem de 15% (quinze por cento) do total de boxes existentes,
institui e determina a formação de sua Comissão Administrativa e dá outras
providências.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Boa-tarde
a todos. Na pessoa do Presidente, Ver. João Carlos Nedel, gostaria de
cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras, o público que nos assiste nas
galerias ou pela TVCâmara, as senhoras e os senhores.
Venho
a esta tribuna, no período de Pauta, falar a respeito do Projeto de Resolução,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que cria a Frente Parlamentar do Turismo
- Frentur -, na Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
Primeiramente,
Ver. João Carlos Nedel, eu gostaria de cumprimentar V. Exª pela iniciativa e
dizer que realmente o turismo é um segmento que vem gerando empregos, vem
gerando oportunidades para muitas pessoas em Porto Alegre. E é necessário que
somemos esforços para cada vez mais capitanear atividades que possam dar
ênfase, destaque e estrutura a esse setor da Economia, tão importante para a
nossa Cidade.
Porto
Alegre é uma cidade privilegiada, uma cidade que tem esse rio em todo o seu
acostado, o rio Guaíba; é uma Cidade onde prevalece o verde. Nós já temos
alguns instrumentos de divulgação do turismo na nossa Capital, como a própria
Linha Turística, o nosso ônibus aberto. Recentemente tivemos a modificação do
local da estátua do Laçador. O Ver. Adeli Sell também tem destacada atuação, e
já conversamos em outras oportunidades sobre o turismo no morro.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª sabe que eu vou me engajar
nesta Frente, acho extremamente importante, mas nós temos que manter uma
coerência, aqui nesta Casa, de não ficarmos apenas no discurso e partirmos para
a prática. Hoje, o Escritório de Turismo está esvaziado; nós temos que apoiar
as ações da Secretária Ângela Baldino. Também temos que tratar daqueles temas
que o Sindicato da Hotelaria e da Gastronomia trouxe para esta Casa. Temos que
dar continuidade àquele debate, porque aquilo mostra a Porto Alegre real, que
pode inclusive desenvolver o turismo, por um lado, mas, se não tomarmos medidas
como aquela pesquisa mostrou, nós afundaremos junto com a falta de
turismo.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Agradeço sua
intervenção, Ver Adeli. Eu falava aqui, também, nas nossas praças e parques, na
nossa Usina do Gasômetro, no nosso Mercado Público. Enfim, entendo que, sim,
precisamos respaldar o trabalho da Secretária Ângela Baldino, que tem feito um
esforço imenso no sentido de colaborar com políticas públicas que implementem e
melhorem ainda mais as atividades vinculadas ao turismo na nossa Capital.
Também gostaria de mencionar que, naquele período
em que estive à frente da Secretaria de Esportes, Recreação e Lazer, o
Secretário João Bosco Vaz, em conjunto com o Poder Executivo - e integrando
obviamente o Poder Executivo nesse Governo Fogaça -, criou a Lei Municipal de
Incentivo ao Esporte, o Pró-Esporte, e eu também conversava há poucos dias com
a Secretária Ângela Baldino sobre a possibilidade de estarmos criando também
alguma legislação, no sentido de possibilitar que se faça algo que incentive o
turismo na nossa Capital.
Então, Ver. João Carlos Nedel, por sua iniciativa,
quero registrar nossos cumprimentos. Acredito que é fundamental que possamos
explorar o turismo, que sabemos que gera divisas, gera riquezas, gera emprego,
e a nossa Cidade tem todo um potencial turístico a ser explorado e precisa,
sim, que o Poder Legislativo se engaje nesta luta, nesta campanha, através de
projetos como este, criando alternativas, trazendo um debate coerente, trazendo
a sociedade civil organizada para dentro da Casa Legislativa, onde, através
dessa Frente, tenho certeza, surgirão alternativas, surgirão projetos,
propostas para que possamos implementar e melhorar ainda mais o tema turismo na
nossa Capital.
Eu gostaria também de fazer menção a um Projeto que
tramita em 2ª Sessão, o Substitutivo de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
estabelece, nos convênios firmados entre o Município de Porto Alegre e as
instituições de atendimento em educação infantil, como critério de desempate
nos processos seletivos para matrículas de crianças nas creches, a preferência
para os filhos de jovens mães, estudantes e carentes com até 18 anos de idade.
Sabemos que existe todo um projeto dentro da área
da Saúde também, para prevenir a maternidade precoce, e sabemos que isso
realmente é um problema social a ser enfrentado. Dias atrás, eu falava com o
Xavier, que cuida da Fundação Gerdau, e ele me relatava que recentemente foi
surpreendido por uma criança de nove anos, que estava tendo filho aqui na Ilha
dos Marinheiros. Realmente a gente sabe que um filho, que às vezes vem de
maneira precoce, pode, infelizmente, causar um desequilíbrio na estrutura cotidiana
de uma mãe, principalmente uma mãe menor de 18 anos e que talvez a creche possa
dar um apoio para que essa mãe possa tentar se reerguer e procurar um espaço no
mercado de trabalho. Eu acho que é este o sentido - e é o objetivo da Verª
Sofia -, o de dar preferência às mães com idade até 18 anos, para que
seus filhos possam ocupar esses espaços nas creches, fundamentalmente as
creches municipais - é do que trata este Projeto -, para que possam ter a
oportunidade de, quem sabe, tentar reestruturar a sua vida no que diz respeito
à educação. Nós sabemos todo o compromisso e a responsabilidade que traz um
filho. E nós sabemos que este é um Projeto importante para ser debatido,
discutido aqui na Casa. É uma iniciativa que merece o nosso apreço, o nosso respeito.
E, por fim, eu gostaria de dizer que, no período de
Pauta do dia de hoje, os dois Projetos que entendi oportunos debater foram
estes dois: o da Frente Parlamentar, o Frentur, que visa tratar das questões
vinculadas ao turismo, de autoria do Ver. João Carlos Nedel; e deste
Substitutivo, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que visa dar preferência para
os filhos das jovens mães estudantes e carentes com idade até 18 anos. Era o
que eu tinha a dizer. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Interrompemos
o período de Pauta para a leitura das proposições.
(Procede-se à leitura das proposições.)
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Muito
obrigado, Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Carlos Comassetto solicita Licença para Tratamento de Saúde, no dia de
hoje. A Mesa declara empossado o Ver. Mauro Pinheiro, que integrará a Comissão
de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos e Segurança Urbana, em função da
impossibilidade de o Suplente Gerson Almeida assumir a Vereança.
Eu
queria consultar o Plenário, porque a Mesa recebe a informação de que a
representante da entidade que ocupará a Tribuna Popular acaba de chegar, neste
momento. Se os Vereadores concordam, nós vamos entrar na Tribuna Popular, e
depois voltamos à Pauta. (Pausa.) Como há consenso, passamos à
A
Srª Lindsey Marily N. da Silva Larson, Presidente do Centro dos Hemofílicos do
Estado Rio Grande do Sul, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao
Projeto de Passe Livre aos pacientes com hemofilia, pelo tempo regimental de
dez minutos.
A
SRA. LINDSEY MARILY N. DA SILVA LARSON: Eu vim hoje aqui para pedir a vocês que possam estar votando
com mais urgência o passe livre para os pacientes hemofílicos, porque, apesar
de o número ser muito pequeno, é doença muito grave, e nós já tivemos perdas de
pacientes por não terem oportunidade de chegar ao hospital, porque não tinham
condições de pegar um táxi. Eu gostaria que vocês, por um minuto, pensassem que
poderia ser a mãe de cada um de vocês, agora, pedindo até mesmo para vocês,
como filhos. É como mãe que eu venho pedir, não só como representante desses
pacientes, porque, por muitas vezes, até mesmo neste mês, por muito pouco eu
não perdi meu filho, pois a hemofilia é algo muito grave e que ainda não está
sendo olhada como deveria pelas autoridades. Então, eu vou pedir a
sensibilidade de vocês e que pensem o quanto essas pessoas estão realmente
necessitadas. Eu sei que a hemofilia ainda não é algo muito falado neste
Estado, mas eu tenho certeza de que vocês, conhecendo e sabendo da gravidade
desses pacientes e do quanto eles necessitam desse passe livre, que é tão
difícil, vão entender.
No
mês de março, nós perdemos Daniel dos Santos Pavão, porque ele não teve a
oportunidade de chegar ao hospital a tempo e perdeu a sua vida, ele não tinha
passe livre e não tinha como chegar ao hospital. Alguns hemofílicos não têm
dinheiro para a passagem, porque eles não têm como trabalhar, justamente pelo preconceito
de serem hemofílicos. Eu venho pedir; na verdade eu estou até implorando,
porque é muito grave a nossa situação. Então eu peço que vocês possam,
realmente, pensar e refletir neste momento. Eu sei que vocês têm muitas coisas
para conversar e para falar, mas eu gostaria que vocês pudessem, neste momento,
pensar um pouco como pai e pensar um pouco que talvez o seu filho estivesse na
situação em que está o meu filho e o filho de todas as mães que eu represento
neste Estado.
Eu
gostaria que, realmente, vocês pudessem refletir um pouquinho em relação à
questão da hemofilia neste Estado e que vocês pudessem votar com mais urgência,
é o que eu estou pedindo, porque, para nós, é de extrema importância, é pela
vida do meu filho, dos nossos filhos com hemofilia que eu estou pedindo, é em
nome deles. Alguns deles não podem estar aqui agora, porque, além de não terem
condições, pelas seqüelas, também há os motivos financeiros. Então, por favor,
peço para vocês, como pais, que pensem como se fosse a mãe que está aqui
pedindo, para o filho de vocês, ou para vocês mesmos, porque a gente só sabe do
problema quando tem na nossa família. O meu filho Charles, que tem só cinco
anos, tem o tipo mais severo da hemofilia e, por três vezes, este mês, eu ia
perdê-lo, porque eu sou uma pessoa que trabalha, não tenho tantas condições
financeiras e, por muitas vezes, eu quase perdi o meu filho. O transporte foram
as minhas pernas, correndo de madrugada pela rua para chegar a tempo no
hospital, enquanto ele sangrava, quase perdendo a sua vida. Então, por favor,
eu gostaria que, realmente, vocês refletissem sobre isso e que pensassem, do
fundo do coração, sobre o quanto é importante que seja dado o passe livre a
esses pacientes. Estou pedindo por favor mesmo, que pensem, que se sensibilizem
com essa situação.
Se
quiserem conhecer um pouco mais e saber sobre o que eu estou falando, eu posso
informar cada um de vocês, posso mandar por e-mail,
posso mandar fotos, posso mandar respostas para o que vocês precisarem. Só peço
que, realmente, se sensibilizem, e que, na hora de votar, pensem o quanto para
nós é importante. Não é um número grande, mas a gravidade da hemofilia é muito
grande.
Quero
deixar o meu agradecimento ao Ver. Almerindo, que vem respeitando, abraçando e
realmente vestiu a camiseta, fazendo com que esses pacientes tenham o apoio e
tenham o respeito da sociedade. Quero agradecer a vocês também por estarem me
escutando e estarem realmente pensando. Sei que neste momento vocês vão pensar
com respeito em relação ao que eu estou falando. Pensem que o meu filho, que só
tem cinco anos, ele pode ter a sua vida ceifada, porque eu não vou ter a
oportunidade de levá-lo ao hospital, porque pode ser que aconteça num momento
em que eu não tenha passagem. A hemofilia é um defeito genético na coagulação
do sangue. Eles podem sangrar espontaneamente, por isso há necessidade de eles
terem o passe livre. É muito, muito importante. Então, quando vocês forem
votar, e se vocês forem votar, por favor: nós só pedimos rapidez, porque, no
caso do Daniel dos Santos Pavão, que faleceu no dia 27 de março, ele perdeu
todo o sangue do corpo em menos de quarenta minutos; ele poderia ter ido ao
hospital se ele tivesse condições de chegar até lá. E isso aconteceu com outros
pacientes.
Então
eu gostaria que vocês tivessem sensibilidade e pudessem votar com rapidez o
passe livre para os pacientes com hemofilia. Quero agradecer vocês por terem me
dado esse espaço, agradecer o respeito que vocês estão tendo neste momento, em
me escutar; e ao Ver. Almerindo eu quero agradecer pelo respeito que tem dado
todo esse tempo aos nossos pacientes, vestindo a camiseta e fazendo o possível
e o impossível até, para que nós tenhamos respeito. Muito obrigada, em nome de
todos os pacientes deste Estado.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Convido
a Srª Lindsey Marily Larson, Presidente do Centro de Hemofílicos do Estado do
Rio Grande do Sul, para fazer parte da Mesa.
O
Ver. Almerindo Filho está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ALMERINDO FILHO: Exmo Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minha
saudação especial à Srª Lindsey Larson, Presidente do Centro de Hemofílicos do
Estado do Rio Grande do Sul - CHERGS. Temos um carinho especial pela causa
urgente dos hemofílicos aqui em Porto Alegre, e eu conheço esse Centro há mais
de um ano, através de eventos pela conscientização da importância dessa
perigosa doença, que é a hemofilia. Para quem não sabe, hemofilia é a falta do
Fator 8 no sangue. Com uma simples batida, o paciente pode morrer,
diferentemente de outras doenças.
Já
no ano passado, aprovamos, com o auxílio dos demais Vereadores, a Lei que cria
o Dia Municipal de Conscientização sobre Hemofilia, representando um avanço no
reconhecimento da importância dessa causa por parte da sociedade. Neste ano,
protocolei na Casa um Projeto que visa, além de consolidar e atualizar a
Legislação sobre isenções do transporte coletivo, a beneficiar uma parcela
muito pequena de hemofílicos na Capital. A urgência no tratamento,
principalmente no caso de crianças e adolescentes, é o que tem movido todo
nosso esforço nesse sentido. Saudamos o trabalho que a CHERGS tem realizado e
aproveitamos para pedir aos demais Vereadores o apoio ao nosso Projeto.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado,
Ver. Almerindo Filho.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª
Lindsey Marily da Silva Larson, Presidente da CHERGS, falo em nome da Bancada
do PMDB - Ver. Sebastião Melo, Ver. Haroldo de Souza e Ver. Dr. Raul.
Comove-nos,
profundamente, o seu pronunciamento, o seu relato, as dificuldades. Nós
precisamos pensar, evidentemente, sobre o que fazer numa situação dessas. Nós
temos que registrar também que, se nós abrirmos um precedente aos doentes, de
um modo geral, não sabemos para que valor vai a nossa passagem. Não sei se o
caminho não seria através do Município, do Governo, especificamente, através de
quem deve dar assistência à saúde, bancar essa passagem, porque nós, hoje, em
Porto Alegre, temos uma passagem cara exatamente pelas isenções. Agora, nós
estamos comovidos, sim, com a situação que a senhora enfrenta, que essa
entidade enfrenta, mas temos que nos preocupar com a passagem de ônibus também.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Marily
Larson, Presidenta do Centro dos Hemofílicos, eu queria dizer que,
evidentemente, a nossa emoção é muito grande quando a senhora expõe uma coisa
tão importante como essa. A minha proposta é completamente diferente do que a
isenção de passagens, pois isso é um absurdo. A minha proposta é que a Casa, a
Presidência da Casa, em correspondência com a FASC - a Fundação de Assistência
Social e Cidadania do Município - se encarregue do transporte. Quando as
pessoas têm emprego, Srª Larson, o patrão deve fornecer essa ficha de
transporte que é dada... Como é?
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Vale-transporte.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Vale-transporte.
Por outro lado, se a esposa ou o esposo não estão empregados, eu acho
fundamental que a Assistência Social da Prefeitura providencie isso, para fins
de transporte, sem nenhum outro problema que não seja apenas a busca do
vale-transporte; só isso. Eu peço, inclusive, para a presidência da Casa
providenciar essa correspondência, e a Fundação da Assistência Social, que tem
a estrutura de uma Secretaria, resolvam para a senhora este problema, enquanto
o seu filho necessitar.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
Obrigado, Ver. Sebenelo.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
Obrigado, Ver. Adeli Sell.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Ver. Aldacir Oliboni, respondendo pela nossa
presidência na tarde de hoje; Exma Srª Lindsey Marily da Silva Larson, presidenta do
Centro dos Hemofílicos do Estado do Rio Grande do Sul, quero, em nome dos
democratas, me solidarizar com V. Exª, que veio aqui expor mais esse problema
da nossa Nação, problema que afeta aqueles que mais precisam. Eu acho que nós
teremos que fazer tudo para chegarmos a ser um País em que atividades como esta
não precisem ter passe livre em ônibus, não; tem que ter ônibus especializados
ou lotações para buscar os hemofílicos para fazer o tratamento - esse é o
estágio a que precisamos chegar. Os democratas se solidarizam. No que pudermos
fazer para chegarmos a esse ponto, podem contar conosco. Parabéns, saúde e
sucesso! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Agradecemos a
presença, nesta Casa, da Lindsey Marily da Silva Larson, Presidenta do Centro
dos Hemofílicos do Estado do Rio Grande do Sul. Ela estava me dizendo que o
Estado tem em torno de 1.200 hemofílicos, e que aqui em Porto Alegre ainda não
há dados de quantos pacientes hemofílicos há. Eu vou solicitar a ela esse
número, e também me comprometo, como Vice-Presidente da COSMAM, a conversar com
o Presidente da Comissão, Dr. Raul, no sentido de fazermos uma agenda, para que
vocês, através da sua entidade, possam se manifestar e colocar esse assunto
mais diretamente na Comissão de Saúde, e que a Comissão de Saúde e a Mesa
Diretora possam encaminhar à EPTC, à FASC, no caso, para saber se existem
critérios, hoje, para que vocês possam ser beneficiados com o vale-transporte.
Caso contrário, o Ver. Almerindo, que trouxe o tema aqui, poderá estudar a
alternativa de algum projeto ou até mesmo em conjunto, na própria Comissão de
que ele faz parte. O importante é que você chegou aqui, fez a sua demanda, e
nós, como Câmara de Vereadores, agradecemos a sua visita e desejamos boa-sorte
nessa caminhada.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h54min.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni – às 14h55min): Estão
reabertos os trabalhos.
Retornamos ao período de Pauta.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Ver. Aldacir
Oliboni, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e
público que nos assiste, venho falar, em 1ª Sessão de Pauta, sobre o PR nº
043/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que cria a Frente Parlamentar de
Turismo em Porto Alegre. Quero, em nome dos democratas, parabenizar o Ver.
Nedel por essa iniciativa.
Turismo, em Porto Alegre, tem necessidade de, além
dessa Frente Parlamentar de Turismo, também fazer um esforço e dar um espaço
apropriado para o turismo numa das Comissões desta Casa; aliás, um Projeto
nesse sentido nós já estamos encaminhando, para que faça parte, como sugestão,
da nossa CUTHAB.
Mas quero falar da importância da Frente
Parlamentar de Turismo à nossa Porto Alegre, cidade linda, um pôr-do-sol que é,
talvez, o mais lindo do mundo, uma cultura, uma miscigenação de credos, de
raças, mas falta os homens responsáveis pelo Poder Público da nossa Capital
atentarem para a necessidade urgente de despertarmos o turismo na Capital do
nosso Estado. O turismo que, além de diversas oportunidades de emprego, desde
os mais simples aos mais complexos, traz, com certeza, um desenvolvimento
econômico também, uma arrecadação maior para o nosso Município, e traria,
principalmente, uma cultura mais afinada, uma cultura mais ajustada às necessidades do dia de hoje, partindo
desde os atos de solidariedade, ao recebermos o nosso turista que vem de outras
plagas, uma cultura de uma cidade mais limpa, de uma cidade mais ordeira, de
uma cidade mais bonita, mais amada, com mais qualidade de vida. Com isso, todo
despertar da cultura do turismo, com certeza, se enraizaria na população da
nossa Cidade, e haveria de melhorar, bem mais, o índice de desenvolvimento da
nossa Cidade.
Fomos
proponentes de três Projetos e achamos sumamente importante para o turismo da
Capital: um aprovado por unanimidade nesta Casa, que seria a Cidade Gaúcha,
mas, infelizmente, foi vetado, mas estamos novamente reapresentando. Um outro
Projeto que criamos também, como sugestão, para fazermos as rotas, os caminhos
dos pontos turísticos de Porto Alegre, caminhos esses que interligariam os
pontos turísticos afinados com o turismo, com segurança, com disciplina, com
limpeza, com a infra-estrutura necessária. E aquele Projeto que está para ser
votado - talvez o mais simples, mas que eu acho o mais importante -, para
criarmos, dentro das nossas escolas públicas municipais, um merchandising
de turismo para as crianças de Porto Alegre. Temos que despertar um dia e
começar esse ciclo da cultura turística; e temos que começar em casa, para que
nós possamos receber bem os turistas, para que possamos conhecer bem os pontos
turísticos de Porto Alegre, a cultura desenvolvimentista desta Cidade, as
raízes desta Cidade; isso tudo vem ajudar na educação do nosso povo.
Então,
eu quero, mais uma vez, parabenizar o nosso Ver. João Carlos Nedel pela
oportunidade deste Projeto que, com certeza, terá o apoio dos democratas. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; senhoras e senhores; Vereadores e Vereadoras;
eu quero me referir, pela segunda vez, ao Substitutivo nº 01, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, em relação a um Projeto original da Deputada Manuela
d’Ávila, que estabelece, como desempate, nos processos seletivos para matrículas
de crianças, a preferência para filhos de jovens mães estudantes e carentes com
até 18 anos de idade. É muito importante essa idéia da Verª Sofia Cavedon,
porque trata com o princípio da administração pública que deve estabelecer
prioridades, considerando que os recursos são sempre inferiores às
necessidades, às demandas das pessoas. É evidente que o ideal seria que
houvesse políticas públicas para evitar essa situação, que houvesse políticas
públicas de planejamento familiar, de conscientização das jovens que ainda não
completaram seus estudos, mas, infelizmente, a realidade do Brasil é esta:
existem jovens que são mães muito cedo. E elas não devem ficar, por isso,
condenadas ao confinamento dentro das suas casas. Nós não podemos permitir que
a vida dessas jovens se esvaia, porque a vida é muito mais rica do que essa
realidade cotidiana que nós vivemos, é muito mais rica do que essa questão
excludente que já determina que uma jovem de menos de 18 anos fique confinada
em casa sozinha, sem condições de cuidar dos seus filhos. Assim, a creche, que
vai cuidar adequadamente dessas crianças, é uma das pontas das redes de
proteção que o Poder Público tem de oferecer para que essas jovens tenham
condições de estudar, e que os filhos fiquem bem cuidados na creche para que
elas possam crescer emocional e intelectualmente e encontrem novas alternativas
de vida. Portanto, eu acho que é muito importante esse Substitutivo da Verª
Sofia Cavedon.
E
o segundo Projeto em discussão preliminar de Pauta, em 3ª Sessão, é do Ver.
Aldacir Oliboni, que institui, no Município de Porto Alegre, a Feira de
Artesanato, Artes Culinárias e Economia Solidária - Feira do Partenon. Eu
considero muito importantes essas feiras de artesanato, agora também
amplificadas para artes culinárias e economia solidária, porque oferecem novas
oportunidades para as pessoas. Em primeiro lugar, oportunidade de
auto-expressão, de criação; e a pessoa que cria alguma coisa nova na vida ela
encontra um prazer, uma felicidade. Então cria oportunidade de desenvolver o
universo da arte e da cultura, e, junto com essa determinação, cria também
geração de renda, um modo de ganhar a vida honestamente.
Quero
cumprimentar o Leonardo e o Bernardo, aqui presentes, que nos dão muita honra.
Também fiz este Projeto,
Ver. Oliboni, em relação à Praça das Nações Unidas, e está sendo consertado,
por dificuldades formais e jurídicas aqui na Casa, e quero dizer que sigo nessa
esteira, concordo com as feiras de artesanato, organizadas pelo Poder Público
Municipal, para que essas pessoas tenham oportunidade, em primeiro lugar, de
mostrar o seu trabalho e, assim, também possam ajudar na geração de renda
própria, e até dêem emprego para os outros.
Muito
obrigada. Não vou utilizar todo o meu tempo em Pauta.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. João Carlos Nedel
apresenta um Projeto de Resolução que cria uma Frente Parlamentar de Turismo -
Frentur - na Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
É
necessário, é importante, é imprescindível que o Executivo Municipal entenda
que, na promoção do turismo, não se gasta dinheiro; na promoção do turismo, se
investe dinheiro, e esse investimento retorna multiplicado.
Eu
tive a oportunidade de ser Presidente do Conselho Municipal de Turismo por
muitos anos e encontrei pessoas extraordinárias, como Eugênio Machado,
Sizenando Venturini, Guido Baccus, e vou fazer injustiça se quiser dizer mais
nomes, porque não vou lembrar de todos, o Socanhete, por exemplo, que é falecido há bastante tempo, e a
filha dele, que faleceu há pouco tempo - pessoas que se preocupavam com o
turismo.
O
Prefeito Telmo Thompson Flores criou para Porto Alegre a Empresa
Porto-Alegrense de Turismo - EPATUR. E, lamentavelmente, nós, os Prefeitos que
o sucedemos, não demos àquela empresa o valor que ela tinha e as condições que
deveriam ser dadas para que ela pudesse crescer, e não apenas fizesse coretos
para eventos, e o carnaval em Porto Alegre.
Tinha
de promover a cidade de Porto Alegre, tinha de chamar o Skal Clube, as
associações de turismo, trocar idéias com os hoteleiros, buscar informações,
trazer documentos capazes de fazer com que a nossa Cidade fosse mais e mais
conhecida; que aquelas pessoas que por aqui transitam não ficassem apenas um
dia, mas pudessem ficar dois, três, cinco dias.
O
Prefeito Telmo Thompson Flores quis fazer um grande centro de eventos, um
grande centro de convenções, não conseguiu fazer; nós temos, agora, vários, e
nós não promovemos a Cidade.
Quando
eu fui Prefeito, e o Grêmio foi jogar no Japão, 10 mil fôlderes foram levados,
em japonês, para que o Grêmio distribuísse, lá no Japão, para que Porto Alegre
ficasse mais conhecida. Eu não fiz nada de novo, eu apenas aproveitei algo que
o Prefeito Telmo Thompson Flores havia feito quando irmana Kanasawa com Porto
Alegre, então ele promoveu, fez alguns fôlderes, e eu mandei fazer mais,
fazendo com que Porto Alegre fosse divulgada lá no Japão.
Nós
temos coisas maravilhosas para serem mostradas; nós temos muita coisa boa, mas
eu acho que nós não sabemos fazer investimento em Turismo, e isso é essencial,
porque o Turismo é algo que dá muito dinheiro para aqueles que dele vivem. A
Espanha era um país que há pouco tempo era pobre, e hoje tem, no Turismo,
receitas extraordinárias, e nós, com todas as belezas que temos, não só no Rio
Grande do Sul, mas em todo o País, somos aprendizes de turismo. Nós somos
grandes turistas, nós viajamos para o Exterior, mas não trazemos do Exterior,
até nós, aquelas pessoas que podem nos deixar dólares, euros, yenes e outras
tantas moedas de valor, para que este País pudesse crescer, porque turismo gera
emprego, e emprego também gera emprego; desemprego gera desemprego. A única
maneira de o País crescer é ter emprego para todos, não é fazendo o Fome Zero,
não é fazendo discurso de político que sempre tem uma coisa boa, perto da
eleição, para matar a fome de alguém e conseguir algum voto.
Portanto
eu cumprimento o Ver. Nedel e espero que o Executivo ajude nesta Frente
Parlamentar de Turismo, trazendo para junto dela não só o Escritório de
Turismo, muito bem conduzido pela Ângela Baldino, mas também todos aquele que,
no passado, como eu disse, o Eugênio Machado, o Sizenando Venturini e outros
tantos que por aí estão ainda procurando ajudar o Turismo como uma grande fonte
de receita para que Porto Alegre enriqueça e possa atender melhor os seus
serviços, essenciais a toda a nossa Cidade. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado,
Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver.
Oliboni, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, inscrevi-me
em Pauta, hoje, para falar deste Projeto do Ver. João Carlos Nedel, o PR nº
043/07, que cria a Frente Parlamentar do Turismo, e gostaria de me somar, dando
o apoio a este Projeto. Dizer que toda vez que falamos em turismo aqui nesta
Casa, eu começo a pensar nos navios que estão atracados aqui no nosso Cais do
Porto.
Em
outra oportunidade, esteve aqui a Srª Ângela Baldino, representante do
Escritório de Turismo em Porto Alegre, quando fizemos um pronunciamento neste
sentido. É lamentável, nós, porto-alegrenses, convivermos, aceitarmos esse
verdadeiro cemitério de navios aqui em Porto Alegre; parece que nós não temos
condições de resolver isto. Passa o tempo, entra e sai Governo, e nós estamos
convivendo com essa paisagem triste, em que mostramos uma Porto Alegre que não
é a Porto Alegre que nós queremos. Por isso quero me somar a este Projeto do
Ver. Nedel. Mas, antes, gostaria de ouvir o Ver. João Antonio Dib, que antes
falava das suas idéias sobre Turismo, porque o que nós precisamos fazer aqui em
Porto Alegre, sem sombra de dúvida, é ouvir as pessoas que já fizeram ou
tentaram fazer alguma coisa nesse sentido. E eu falo, Ver. Dib, e reforço que
nós temos que nos preocupar, entre tantas outras coisas que temos aqui em Porto
Alegre e que nos dificultam, cada vez mais, com a divulgação do Turismo. Uma
das coisas que dificulta muito e que nos entristece é o Cais do Porto; parece
que nós não conseguimos dar uma solução para isso; entra e sai Governo, e o
Cais do Porto está daquela forma.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu o
cumprimento pela sua preocupação. Vejo que o meu amigo Eugênio Machado, há
vários anos, tenta fazer, em Porto Alegre, um terminal, um ponto de saída e
chegada de ônibus para fazer excursões de turismo; trazer turistas de fora e
haver locais. Então, as excursões saem da frente do Teatro São Pedro; da
frente da Prefeitura, ou de outra esquina; nós não conseguimos nem fazer isso.
Precisamos chamar exatamente aquelas pessoas que vivem o Turismo e que conhecem
bem o Turismo. Cumprimentos a Vossa Excelência.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Obrigado.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, o que nós esperávamos
era que, na revisão do Plano Diretor, tratássemos da questão do Centro e da
orla; no entanto, não tem nada sobre isso. Sábado haverá uma grande Audiência
Pública - pelo menos se espera -, quando esperamos que se possa dialogar e, na
revisão do Plano Diretor, aqui, conseguir colocar algo sobre a orla, para que
não fiquemos de costas para o lago Guaíba, como estamos hoje. Então, a questão
do porto é fundamental, não precisamos copiar o Porto Madero, que é uma
maravilha; podemos copiar Belém do Pará, que é no Brasil, que conseguiu fazer a
revitalização do seu porto e tornar-se algo extremamente atrativo do ponto de
vista do Turismo.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Obrigado, Vereadores. O meu objetivo em vir a esta tribuna foi exatamente para
fazer esta provocação; sentimos-nos quase que impotentes vendo que entra
governo e sai governo, e não se consegue uma solução para o Cais do Porto.
Fica
aqui o nosso apoio a este Projeto do Ver. João Carlos Nedel, e, quem sabe,
através deste grupo de trabalho, possamos nos fortalecer e colaborar para haver
um porto melhor para Porto Alegre. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Colocamos em
votação a Atas das 31ª; da 32ª e da 33ª Sessões Ordinárias. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADAS.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Senhoras e Senhores Vereadores, todas as vezes que um amigo ou uma
amiga queira me aborrecer, basta que me diga que eu preciso escrever um livro
com as minhas memórias. A minha memória é muito boa, mas eu nunca fui muito
organizado, eu nunca guardei documentos, eu nunca arquivei recortes de jornais,
eu nunca arquivei pronunciamentos, mas a minha memória é muito boa. Nós estamos
agora em véspera de ano eleitoral; então nós falamos, aqui, em recesso,
diminuição do recesso. Eu fui reeleito Vereador em 2004. No dia 20 de fevereiro
de 2001, eu propus a diminuição do recesso nesta Casa. E, nesta diminuição
proposta, é claro que eu precisava ter 11 assinaturas, e tive 11 assinaturas. É
claro que precisava ser organizada uma Comissão, e foi organizada uma Comissão,
presidida pelo eminente Ver. Adeli Sell. É claro que o Parecer deveria ser dado
por um dos Vereadores, e foi dado pelo nobre Vereador, hoje Deputado, Cassiá
Carpes, e que era pela aprovação do Projeto. Os integrantes da Comissão, Adeli
Sell, favorável ao Parecer; Antonio Hohlfeldt, contra o Parecer; João Antonio
Dib, favorável ao Parecer, é claro; Nereu D’Avila, contra o Parecer; Juarez
Pinheiro, com restrições; Raul Carrion, hoje Deputado, com restrições; Clênia
Maranhão, com restrições; Carlos Alberto Garcia, a favor; Reginaldo Pujol,
contra; a Verª Maristela Maffei não assinou. Mas, de qualquer forma, com
Parecer favorável, deveria ir à votação e foi. Nós estávamos no primeiro ano da
Legislatura. E no dia 10 de setembro de 2001, feita a votação, resultado
extraordinário, 21 votos contra, 05 votos a favor.
E hoje eu leio e vejo muitos Vereadores e
Vereadoras falando em recesso. Vamos ver o que aconteceu nesses 21 votos a 05
votos, como é que se comportaram os Vereadores na votação. Votaram “sim” os Vereadores: Adeli Sell; Beto
Moesch; Cassiá Carpes; João Antonio Dib, com Declaração de Voto, e João Carlos
Nedel. E “não” os Vereadores: Aldacir Oliboni, que neste momento preside a
Sessão; Almerindo Filho; Antonio Hohlfeldt, que já não está no campo político;
nosso querido Elói Guimarães; o mestre Ervino Besson; Estilac Xavier; Fernando
Záchia, Chefe da Casa Civil, hoje; o meu querido Haroldo Joaquim de Souza, que
deve ser por distração, porque eu acho que ele votaria “sim”, mas votou “não”;
Helena Bonumá; Humberto Goulart; João Bosco Vaz; Juarez Pinheiro; o meu querido
Marcelo Danéris, votou contra; a Maria Celeste, Presidente da Casa, que hoje
quer o recesso, votou contra; a Maristela Maffei votou contra; o Nereu D’Avila
votou contra; o Paulo Brum votou contra; a Pedro Américo Leal votou contra; o
Raul Carrion votou contra; Sebastião Melo votou contra; e Sofia Cavedon votou
contra.
Como
eu disse, eu tenho muito boa memória; há muitas coisas nesta Casa que tiveram
iniciativa no pronunciamento deste Vereador, e que eu deixei passar, porque eu
entendi sempre que um homem público deve procurar solução, e não promoção
apenas. Para se promover, se faz de qualquer maneira; agora, solução é mais
sério, solução é mais responsável, e aí, quando ele encontra a solução, ele
está realizado, ele se sente como um indivíduo útil à sua sociedade.
Portanto
nós estamos em época novamente de discutir o recesso, e é provável que agora,
um ano antes da eleição, alguns que aqui tranqüilamente votaram “não” hoje
apregoam por aí que vão votar a favor, porque é necessário, porque é essencial,
porque é indispensável, vão votar “sim”! Eu acho que agora nós vamos aprovar a
diminuição do recesso para 55 dias.
Mas,
no passado, o Ver. João Dib, com os quatro primeiros que, por lei, assinaram,
apenas três dos quatro votaram no Projeto de Alteração da Lei Orgânica, que
reduzia o recesso. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; queridos Vereadores e Vereadoras, pessoas
aqui presentes, o Ver. João Antonio Dib leu a relação em que eu votei contra o
recesso. É isso aí, não é? Que eu sou a favor que tenha o recesso cada vez
maior. Eu confesso, não lembro que tenha votado, mas se está aí, então votei
contra a diminuição do recesso. Mas sabe por que eu sou contra a diminuição do
recesso parlamentar? Exatamente porque o recesso dá assunto para discussão
aqui. Se eu perguntar a qualquer cidadão que está aqui no Plenário qual é o
período de férias que ele tem, se eu perguntar para qualquer profissional do
segmento social brasileiro, ele vai responder: 30 dias! E por que é que os
parlamentares ficam fazendo projeto, ficam fazendo discurso que pode ser 75,
62, 55, 54 dias? Não! Tinha que ser 30 dias! Aí nós não perderíamos tempo
discutindo aqui. Por que é que a classe parlamentar é diferente dos demais
segmentos da sociedade? Por quê? Por que só os senhores Deputados, Senadores,
Vereadores têm direito a 90 dias de férias? As minhas necessidades básicas são
iguais a de todo e qualquer cidadão! Eu não gosto de perder meu tempo, por isso
talvez tenha votado contra o recesso parlamentar cair para 55 dias. Tanto faz
como tanto fez, porque, no meu ponto de vista, tem que ser 30 dias. Agora,
quero ver se aparece alguém aqui apresentando um Projeto para que o recesso
parlamentar seja de 30 dias só! Quem é que vai aparecer? Alguém vai fazer esse
Projeto e trazê-lo aqui? Vamos fazer, Ver. Guilherme Barbosa? Está certo, eu e
o Ver. Guilherme Barbosa, do Partido dos Trabalhadores, vamos apresentar um
Projeto aqui, mas que seja o definitivo: 30 dias de férias e acabou! Nós
simplesmente estaremos nos igualando a todos aqueles que trabalham, como diz o
Lula: “neste País”. Ou não? Se os outros têm só 30 dias de férias, 30 dias de
férias para nós, Parlamentares! E não é demagogia! Demagogia é fazer projeto:
se é 90 dias, vamos baixar para 85. Aí o outro diz: “85 não, quem sabe a gente
faz 70.” Aí o outro do lado: “Quem sabe 60.” Não. Trinta dias, e eu juro que eu
não subo mais aqui para falar sobre recesso, e que a sociedade saiba o
meu ponto de vista definitivo: eu acho que todo Parlamentar tem que ter 30 dias
de férias; agora, como vai tirar é outra história: pode ser 15 no meio do ano,
15 dias no fim do ano, ou os 30 no fim do ano - até acho que 30 dias no fim do
ano ficaria bem, pegando Natal, Ano Novo, sabe como é, festa natalina; como
todas as pessoas. Quero deixar claro, de uma vez por todas, para ninguém ficar
me perguntando o que penso a respeito de recesso: não sendo 30 dias, para mim, é
demagogia. Quem pede 35, 40, 70, 80, está jogando para a platéia, e não é por
aí! Então eu, Ver. Haroldo de Souza, sou a favor do recesso, que eu nem
gostaria de chamar de recesso: férias dos Parlamentares, de 30 dias, como os
demais segmentos da sociedade!
Eu estava ouvindo uma entrevista ontem do Saramago,
quem não o conhece? Morando nas Ilhas Canárias, uma cabeça pensante, uma
inteligência diferenciada, um grande homem! Comunista, não é? De visão. Ele foi
claro quando disse que o Brasil não tem um governo partidário; o Brasil não tem
um governo de ideologia. E não tem mesmo! A ideologia do PT - que era boa,
prestem bem atenção -, onde está? Se perdeu pelos gabinetes, nos conchavos e
nos acordos para poder governar. O meu Partido, o PMDB, que tem essa figura, o
Renan Calheiros... Para mim é uma figurinha com a qual eu não me sinto bem, mas
ele é do meu Partido; agora, porque é do meu Partido, vou dizer que ele é bom?
Não, não é! Então, esse cidadão que devia ter pedido para sair ontem, que foi o
Ministro que saiu, o Ministro Silas Roundeau - não, “Silas Roubou” é o nome
dele - não vai para “cana”, não vai, tem a imunidade parlamentar! Por que temos
imunidade parlamentar? Eu sou diferente dos outros cidadãos de Porto Alegre em
quê? Para eu poder fazer alguma coisa: “Ah, mas eu tenho imunidade parlamentar
e está tudo bem?” Por favor! Vamos parar com esse tipo de coisa! Está certo o
Saramago: o Brasil não tem Governo, o Brasil tem grupos políticos
interesseiros; e o grande grupo político interesseiro, no momento, chama-se PT
e o meu PMDB, infelizmente! Mas que sorte que é o PMDB lá de cima, não é o
daqui.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Apregoamos a
Emenda nº 01 ao PLCL nº 019/05. (Lê.): “Art. 1º Acrescenta parágrafo ao
art. 140 da LC 395/96, renumerando o parágrafo atual, com a seguinte redação:
Art. 140, § 2.º Excetua-se no disposto do caput do artigo, as
escolas, desde que sob a orientação escolar e que estejam de acordo com as
normas da vigilância sanitária”. Assina Ver. Garcia.
O Ver. Nilo Santos está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr. Ver.
Oliboni; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhores e senhoras que nos assistem
nesta tarde, ontem houve nesta Casa a reunião da CEDECONDH, e ontem foi feito
um comentário muito infeliz, mas muito infeliz, pelo Ver. Todeschini, que tem
cometido alguns equívocos quando fala, lamentáveis - lamentáveis! -, que eu
tenho certeza absoluta de que a própria Bancada do PT se envergonha, pois não
acredito que um Líder como o Ver. Adeli Sell, um homem educado, que numa
churrascada ou outra a gente se pega, mas sempre é bonita a coisa, sempre
dentro da decência, nunca de uma forma covarde, como foi ontem a atitude
covarde do Ver. Todeschini! Foi uma atitude covarde, porque eu não estava
presente, e aí se esconde atrás do fato de não ter citado o meu nome. Ele citou
ontem que em 2005, começa com um ex-Diretor da FASC - não era Diretor, era
Presidente, V. Exª tem que conhecer melhor como funciona -, que desviou 25 toneladas
de alimentos. Mas os alimentos foram distribuídos na igreja dele, para os
eleitores dele, para os companheirinhos dele. Atitude covarde e discurso
infeliz!
Em primeiro lugar, Ver. Carlos Todeschini, quem presenteou a Cidade com os
alimentos foram as igrejas! Foi o caminho inverso! Houve um evento nesta
Cidade, que reuniu 300 mil pessoas na orla do Guaíba. E, quando eu soube que ia
ser realizado esse evento, fiz uma aproximação com os organizadores, para,
então, trazer para a FASC - nós estávamos iniciando com um depósito vazio, um
saco furado! Nós, então, fomos pedir uma parceria, para eles nos doarem alguns
quilos de alimentos. Levei os organizadores até o Prefeito Fogaça, e lá, então,
foi feito um acordo que a FASC faria o recolhimento, dividiria no espaço da
FASC esses alimentos, e a Prefeitura seria presenteada com a metade dos
alimentos arrecadados. Foram 400 cestas básicas, Ver. Carlos Todeschini!
Quatrocentas cestas básicas! E gostaria que V. Exª prestasse atenção para V.
Exª nunca mais cometer uma injustiça dessas! Duzentas e setenta cestas básicas
foram dadas para a Prefeitura, e cento e trinta foram devolvidas para as
igrejas que organizaram o evento, para atenderem às suas comunidades! A Cidade
foi presenteada pelas igrejas, não foram as igrejas presenteadas pela Cidade!
V. Exª deveria saber disso ou se informar melhor, para não ficar fazendo esse
tipo de comentário diante de líderes comunitários que estavam aí, que ontem
saíram achando que a informação era verdadeira! E ela é uma informação
mentirosa! Informação mentirosa, numa atitude covarde! Esta tribuna aqui, Ver.
Carlos Todeschini, é para que haja discussão. Se era isso, que falasse aqui,
não às escondidas numa Comissão, porque isso é muito feio! Muito feio! Eu
gostaria que, quando V. Exª tivesse alguma dúvida sobre a minha pessoa, sobre a
minha dignidade, V. Exª se dirigisse a mim, quando eu estiver presente, por
favor! Porque, senão, fica ridículo eu ter de usar cinco minutos da Liderança
do meu Partido para ter de lhe explicar o que acontece, para ter de trazer luz
às suas dúvidas! Lamentável, Ver. Carlos Todeschini! Lamentável a sua atitude
de ontem, diante daqueles líderes comunitários! Lamentável! E, se V. Exª tiver
mais alguma dúvida, use a tribuna, porque eu tenho resposta para todas as suas
dúvidas! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Eminente Ver. Aldacir Oliboni, neste
instante, na presidência; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, esta
Casa, dentro de alguns minutos, em Reunião das Comissões Conjuntas, vai dirimir
as questões do recesso parlamentar da Câmara Municipal de Porto Alegre. Ouvi
algumas manifestações anteriores aqui, mas acho que “quem gosta de passado é
museu”, pois as coisas progridem, as coisas são dinâmicas, as coisas não são
estáticas, e, em política, então, nem se fala. Então, se for cobrar agora, por
exemplo, que, num determinado momento, houve uma Comissão de Vereadores para
tratar do recesso, no ano tal, que aquela Comissão entendeu que aquele não era
o momento, eu não vou criticar a posição daquela Comissão, uma vez que ela era
presidida por um ilustre Parlamentar desta Casa, que foi o ex-Deputado Pedro
Américo Leal, e era composta por pessoas qualificadíssimas, como as Vereadoras
Clênia Maranhão, Maria Celeste, que hoje é Presidenta desta Casa; a minha
querida amiga, que era Vereadora, Helena Bonumá. Então, não vamos refluir a
isso, pois era um direito daquela Comissão. E a questão é que os momentos se
criam; às vezes, o momento se cria, inclusive, até em nível nacional. A
Assembléia, por exemplo, custou a retirar o pagamento por participação em
Sessões Extraordinárias; foi o então Deputado Ciro Simoni que conseguiu, no ano
passado, aprovar isso, enquanto que esta Câmara, há mais de anos, não recebe
por participar de Sessões Extraordinárias. Então tudo é uma questão de espaço e
de momento. Já foi diminuído o recesso do Congresso Nacional para 55 dias; da
Assembléia Legislativa, para 55 dias, e esta Casa vai, daqui a pouco, analisar
qual é o melhor período para nós, e aí vamos discutir. Agora, será nessa pauta,
será por aí; talvez o nosso recesso fique menor, mas isso não quer dizer que
nós trabalharemos mais que a Assembléia. Eu não vou ficar aqui nesta pauta.
Agora, há necessidade; a Presidenta Maria Celeste acha que o momento é este; eu
acho que nós poderíamos até o fim do ano. Acho que ela tem razão, já que estão
cobrando e estão pensando que nós não queremos diminuir, mas nós mostraremos
que diminuiremos, sim, até mais que a Assembléia, mais do que a Câmara. Então
não podemos nos pautar por questões pontuais e dando a impressão disso e
daquilo. Nós aqui fomos pioneiros em muitas e muitas questões, como essa da
hora extra da Sessão Extraordinária, e outras questões. Então nós vamos
enfrentar essas questões, enfrentar com estudo, com realismo político. Além do
mais, nós temos que ver é o seguinte: a Câmara Federal, tirando o recesso,
diminuindo o recesso, não mudou seu conceito, não mudou seu conceito, mudou a
legislatura lá, e o conceito, infelizmente, para o povo brasileiro, permanece
de um foro que, lamentavelmente, está expresso em mais corrupção do que
trabalho. Infelizmente é uma situação que se criou; não fomos nós que criamos.
Então, por tudo isso, o nosso conceito é um conceito de seriedade. Nas viagens,
eu ouço aí, desde o ano passado, que Câmaras viajam para balneários. A Câmara
de Porto Alegre não está incluída, há muito tempo, nesse tipo de coisa. Aqui as
viagens são rigorosamente discutidas com a Mesa, com Lideranças, e, com muita
parcimônia, os Vereadores de Porto Alegre têm viajado em missões inclusive de
grande relevância.
O
hoje Deputado Raul Carrion, que era Vereador, fazia parte de um Conselho do
Ministério das Cidades e trouxe muitas idéias boas, para nós aqui, das suas
viagens. E todo mundo sabe da transparência nas viagens dos Vereadores de Porto
Alegre. Infelizmente, agora, aqui na Grande Porto Alegre, há um caso escabroso
que envergonha as Câmaras Municipais, mas está sendo analisado pela Promotoria,
pela população. A Câmara de Porto Alegre não está nem apontada, nem partícipe
de coisa, nem perto disso. Não estou nem me reportando, não cabe a mim, aqui
ninguém é Corregedor, mas a imprensa está trazendo e, infelizmente, está
trazendo coisas ruins. Eu espero que sejam corrigidas.
Por
isso eu quero dizer que cada Vereador é independente, está aqui porque foi
eleito, e as Vereadoras, evidentemente, também têm a sua independência.
Agora
nós vamos entrar em concordância, votando, dentro em breve, essa questão do
recesso, encerrando e nos pautando também pelos outros Parlamentos, diminuindo
o recesso. Muito obrigado pela sua tolerância, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Exmo Sr. Presidente, nobres colegas
Vereadores, uso a palavra, neste momento - e até peço escusas aos nobres
colegas -, Ver. Dr. Goulart, muito entristecido, porque eu amanheci bastante
ofendido hoje por ser Vereador desta Casa. Todos sabem da minha origem, do
Clube Geraldo Santana; lá temos eleições, temos duas chapas - uma de situação e
outra de oposição -; todos os ex-presidentes estão apoiando a situação, eu sou
o único que me identifiquei com a oposição e fiz uma declaração de voto de
altíssimo nível.
Amanheço
hoje, na minha residência, vendo isso. (Mostra documento.) Aqui diz que eu usei
o clube para promoção pessoal, que eu usei o clube para fazer política. (Mostra
revista.) Está aqui uma revista, em que eles põem uma prestação de contas de
seis anos deste Vereador como Presidente do clube Geraldo Santana, dizendo que
isso aqui foi usado para promoção pessoal e para fazer política partidária. E o
pior: coincidência ou não, só para lembrar, a revista foi feita em ano
eleitoral, quando eu era candidato a Vereador; isso foi em maio; fui candidato
em outubro. Mas são coisas que deixam a gente triste com o dever de ofício de ser
Vereador. Por que não me tratam como ex-presidente e deixam as coisas lá, sem
me envolver como Vereador desta Casa?
Eu
quero dizer aos nobres associados do Geraldo Santana que deixo aqui o mais
veemente repúdio às injuriosas e difamatórias calúnias que me foram propaladas,
recentemente, pelo candidato a presidente do Grêmio Sargento Expedicionário
Geraldo Santana, entidade privada, que tive a honra de presidir por três
mandatos e prestar serviço por 30 longos anos de dedicação. Infelizmente o afã
eleitoral e a necessidade de criar fatos novos perante os associados daquela
respeitada instituição vêm ensejando, no debate político interno, toda sorte de
impropérios, exaltações levianas e criminosas que, recentemente, ultrapassaram
os limites toleráveis de calor. É por isso que venho hoje à presença de V.
Exas., para, de público, avisar aos meus detratores que, enquanto homem
público, Vereador da nossa querida Capital e ferrenho defensor da causa da
família militar, não permitirei impunemente que interesses privados enlameiem
minha reputação, desrespeitem esta Casa e desonrem o bom nome da instituição
Geraldo Santana.
Já
pela manhã deste dia, determinei ao corpo jurídico do meu Gabinete que promova
a imediata interpelação judicial de meu detrator, para que esse reafirme, em
juízo, as acusações que vem propalando por intermédio de panfletagem eleitoral
e táticas de terrorismo político.
Informo
ainda que, independentemente de sua manifestação em juízo e da promoção da
conseqüente representação criminal por injúria e difamação, promoverei as
medidas judiciais reparatórias que a causa requer, para que, de uma vez por
todas, se ponha cobro a essa sórdida e irresponsável investida, que não apenas
atinge meu nome e honrabilidade, como também desonra a tradição de cordialidade,
boa-fé e respeito que pautam as relações interpessoais dos colegas de caserna,
e ainda mancham a credibilidade de instituições sólidas e honradas como esta
Câmara, a que eu pertenço, e o meu querido Geraldo Santana.
Peço
desculpas por este desabafo, mas sei da necessidade para poder dar a resposta -
a eleição é domingo. Depois de 26 anos dedicados a uma instituição, e talvez
ter triplicado o seu patrimônio - todos conhecem o Geraldo Santana -, talvez
seja essa a nossa vida de político, que dedicamos às causas públicas, ao
próximo, e essa talvez seja a recompensa que nós às vezes buscamos. Não sei se
merecemos, mas acho que sim, porque nós trabalhamos e nos dedicamos ao próximo.
Peço
a compreensão dos senhores; agradeço por sua atenção. A eleição vai ocorrer
domingo e, apesar dessas coisas, com tranqüilidade.
Encerro
com as palavras finais de um verso (Lê.): “Por isso.../Ao invés de raiva/
Agarremo-nos à esperança que nasce./ Ao invés de palavras que ferem/
Agarremo-nos às palavras que fazem bem para a alma.”
Desejamos
à chapa da situação, mesmo com tudo dito: boa-sorte, e que Deus os abençoe. “O
futuro cabe aos homens; o juízo, a Deus./ Qual o futuro? Palavras são ditas ao
vento; as ações falam por si só.” Autor: meu filho, João Fabrício. Muito
obrigado, Presidente; muito obrigado, Srs. Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Em
primeiro lugar, quero agradecer ao Ver. Adeli, nosso Líder, por esta
oportunidade, e dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ver. Nilo
Santos, tem muito respeito, tem muito orgulho do Ver. Carlos Todeschini, por
sua competência, por sua coragem, e tenho certeza de que o Ver. Carlos Todeschini
vai responder pessoalmente todas essas questões que o Ver. Nilo Santos colocou
aqui, e tenho certeza de que o Ver. Adeli Sell também vai abrir o tempo da
Liderança para que isso ocorra.
Hoje
eu pretendo dizer que é um dia de luto para a cidade de Porto Alegre e também é
um dia de luta. O Executivo Municipal abusa da paciência dos funcionários
públicos que estão em paralisação. Ninguém tocou nisso, nesta Casa, quarta,
quinta e sexta-feira. O Executivo Municipal se auto-elogia, dizendo que há superávit,
mas esse superávit só existe à custa do arrocho do salário dos servidores de
Porto Alegre. Esse superávit existe, porque o Governo lava as mãos com os
serviços públicos da nossa Cidade; a Cidade está suja, abandonada, às escuras,
insegura. Cada Vereador recebe dezenas de cartas por dia, denunciando situações
de insegurança.
Agora,
mais do que isso, incha a máquina, Ver. Adeli Sell, quando nós saímos e
deixamos 345 CCs; em 2006 já eram computados 434 Cargos em Comissão na
Prefeitura da Porto Alegre.
O
Auditório Araújo Vianna é leiloado em
uma licitação de duvidosa legalidade, em plena negociação - e uma negociação
supõe ouvir e supõe falar, supõe estabelecer negociações -, decreta pelo jornal
o índice de aumento.
Agora a Cidade está de luto, porque volta a
repressão, volta a violência contra os trabalhadores. Nós gostaríamos de saber
quem orientou, quem chamou a Brigada para desafogar a rua com tamanha
truculência, como os jornais e as TVs da Cidade hoje mostraram.
Agora, o pior caso é o que lida com a saúde das
pessoas, é a Secretaria da Saúde, que lida com a vida e lida com a morte. É o
escândalo na Saúde pública em Porto Alegre, sobretudo no PAM-3, no PACS, o
único espaço para a saúde mental em Porto Alegre, para quem tem sofrimento
psíquico. Basta abrir os jornais hoje, que nós vemos o pedido de interdição do
PAM-3, assinado pelo Simpa numa nota, assinado pelo Cremers, pelo Simers, e
quero destacar que essas duas últimas instituições são militantes contra a
Administração Popular; fizeram campanha para o atual Prefeito, não são nossos
amigos, e hoje eles não se contêm e colocam essas notas com interdição nos
jornais da Cidade.
Os serviços estão cada vez piores, no atual Governo, em relação à Saúde. O
atual Secretário vem destruindo o Sistema de Saúde, na Capital.
Os
Vereadores já visitaram o HPS. O Conselho Municipal de Saúde já rejeitou as
contas. O Posto de Saúde São José está jogado às traças; foi interditado, foi
fechado pela comunidade e pelos funcionários.
Quero
dizer à Líder do Governo que o Prefeito Fogaça, hoje, Verª Clênia Maranhão,
reconheceu, acolheu como um problema de gestão, ou seja, má gestão no serviço
de Saúde de Porto Alegre. Reconhecido pelo Prefeito José Fogaça, hoje, perante
a nossa Presidenta da Casa e muitos Vereadores que estavam lá, pela situação
dramática, vergonhosa que tem no PAM-3 na nossa Cidade, e, em geral, na Saúde!
O
Estado deve 25 milhões de reais. Como é que pode uma Prefeitura nunca ter
denunciado isso? O Estado do Rio Grande do Sul é credor em 25 milhões de reais!
Agora, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós queremos saber
aonde foram parar os 527 milhões de reais - que a população da Cidade não sabe
- do Governo Federal, investidos na Prefeitura de Porto Alegre. Aonde foram
parar? Porque os postos de saúde estão nesse descaso, nessa situação
vergonhosa, porque lida com a vida das pessoas.
Nós,
da Bancada do Partido dos Trabalhadores, não queremos que o PAM-3 feche as suas
portas, porque existe uma comunidade carente, exatamente aqueles que mais precisam
daquele pronto atendimento, como se chama aquela situação.
Nós
queremos abrir o caixa da Saúde em Porto Alegre. A população merece saber
disso. Os Vereadores já estiveram no PAM-3. Fizemos um relatório, apresentamos
com toda a seriedade, com toda a formalidade, e exigimos soluções. Essa
comunidade precisa ser atendida, sobretudo porque aqueles que têm sofrimento
psíquico são as pessoas que mais precisam e que mais sofrem. Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. ALMERINDO FILHO: Exma Srª Presidente, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é de
conhecimento de todos - e até uma boa parte foi citada, aqui, pela nobre
Vereadora do Partido dos Trabalhadores - que o Sistema de Saúde do País é
precário. Precariedade esta que, na manhã desta quarta-feira, tomou conta da
Capital gaúcha, e foi exposta de forma muito contundente pela imprensa. Falo da
situação enfrentada desde a zero hora desta quarta-feira, no Posto de Saúde da
Vila dos Comerciários. O Conselho Regional de Medicina, Ver. Sebenelo,
determinou uma interdição ética ao local, devida às condições precárias que têm
sido enfrentadas no Posto. Pela manhã, nas rádios, ouvi declarações de médicos
que relatam cenas de horror no local, onde cirurgias deixam de ser feitas por
existirem ratos em salas. Só que, sem o atendimento, mesmo precário, a
população fica ainda mais desamparada. Eu trouxe uma gravação, que quero que os
nobres Vereadores ouçam. É o relato de uma mãe que foi até um posto de saúde,
esta manhã, com a filha de dois anos de idade. Prestem atenção (Reproduz
depoimento gravado.): “Hoje, às oito horas da manhã... Eu cheguei aqui antes
das oito, lá em cima, na Área 11. Lá não tem ninguém atendendo. Vim para cá
para a Emergência. Ela está em crise asmática. Eu estou esperando até agora. Aí
eu fui ali perguntar para o "guardinha” se tem alguma médica atendendo
ali; ele não soube explicar, disse que não sabe se vão atender ou não vão. Aí
veio um médico aqui, olhou para ela e disse: ‘Ela está bem, para mim ela não
está com crise asmática nenhuma’”. Essa mãe foi atendida às vinte para as dez
da manhã.
Enquanto os médicos enfrentavam dificuldades para
exercer, antigamente, a Medicina, o Governo Municipal, que tem se desdobrado
para garantir o atendimento à população... Já o Estado deve 30 milhões de reais
para o Município, e o Governo Federal, responsável pelo recolhimento da CPMF,
só atende através de muita burocracia.
O Secretário Municipal de Saúde, Pedro Gus, a quem
quero mandar um abraço, afirmou, em entrevista coletiva à imprensa, esta manhã,
que, para este mês, a verba disponível na Saúde, Ver. Dr. Goulart, é de 170 mil
reais. Ora, não há como fazer milagre tendo que providenciar recursos para 128
postos de saúde com 170 mil reais em caixa. Enquanto o Estado e o Governo
Federal não honrarem seus compromissos, a bomba vai continuar, evidentemente,
no Município e no povo de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria
Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero,
rapidamente, falar sobre dois temas, antes de falar sobre o tema que me traz à
tribuna neste período de Liderança.
Primeiramente, minha amiga Margarete Moraes, falar
do PAM-3 e dizer da sua situação agora, sem se referir como estava o PAM-3 na
época da Administração petista, é, de repente, não esclarecermos à sociedade de
que o problema dos postos de saúde, principalmente o problema do PAM-3, vem se
arrastando há muito tempo. Eu fui fazer visita, pessoalmente, lá, no passado, e
vi o estado de calamidade pública que estava o PAM-3 antes da Administração
Fogaça. E, é claro, não basta só criticarmos, temos que tentar encontrar uma
solução. Olha, se eu criticar o Secretário que está atuando agora, terei que
criticar o Secretário que atuou no passado, porque esse também não resolveu os
problemas dos postos de saúde, e eu acho que nós, juntos, temos que resolver.
O Ver. Nereu D’Avila falou
sobre férias que, muitas vezes, os Vereadores costumavam, antigamente, e agora,
recentemente, tirar em algumas regiões de praia. E vejo que a imprensa
criticou, de maneira bastante veemente, todos os Vereadores que fizeram isso, e
tem que criticar mesmo, porque, afinal de contas, os Vereadores têm suas
obrigações e não podem gastar dinheiro público dessa forma. Agora, eu só
crítico também os meus amigos de imprensa, porque, afinal de contas, deveriam
criticar os Ministros do Superior Tribunal de Justiça, porque eles receberam,
Ver. Adeli, por intermédio da Febraban, a participação em um seminário, numa
das regiões paradisíacas do Norte, na Bahia, ficando lá por três dias, onde só
uma palestra foi ministrada. Foram patrocinados pela Febraban. E eu não ouvi
nenhum comentário da grande imprensa para criticar esses Ministros do Superior
Tribunal de Justiça, e nós sabemos que lá, no Superior Tribunal de Justiça, a
coisa não anda boa, porque sentenças foram vendidas pelo Ministro Virgílio, e
acredito que alguma coisa mais poderia estar acontecendo. Mas a Febraban anda
patrocinando os Ministros do Superior Tribunal de Justiça, e isso é muito perigoso
e vergonhoso para a nossa sociedade.
Mas, hoje pela manhã, Srª Presidenta, eu estive no
Tesourinha, não era nenhum ato
em que estavam se envolvendo o Governo Municipal, Federal e Estadual, era um
ato voluntário. Os médicos que fazem parte da Sociedade Brasileira de Glaucoma
estão lá, desde ontem - continuam durante toda esta tarde -, fazendo
atendimento nessa área. E eu fiquei surpreso da fila que se formou, no
Tesourinha, para receber atendimento dos médicos que lá estavam. E eles não
estavam oferecendo, Ver. Dr. Goulart, remédios para a cura do glaucoma, muito
embora o Presidente da Associação, Dr. Wilson Leite Filho, com o qual estive
falando, estava criticando que muitas pessoas com glaucoma, que não foram
avisadas, iam para lá pensando que iriam encontrar algum tipo de remédio para o
glaucoma. Eles fizeram esse atendimento para poder verificar, na população -
isso é um movimento nacional -, o percentual de pessoas com glaucoma.
O
glaucoma é uma doença que acaba destruindo o cristalino, principalmente em
pessoas depois dos 40 anos de idade, mas pode atacar também em pessoas com
menos idade, Ver. ª Maristela Maffei. E eu acredito que aquilo que eu vi hoje
lá - e que foi uma atitude voluntária - deveria ser patrocinado por Governos ou
Municipal, ou Estadual, ou Federal. Mas acho que os Governos deveriam, através
dos seus órgãos de Saúde, patrocinar exatamente essa verificação no meio da
sociedade, para nós vermos o percentual de pessoas que possuem o glaucoma e que
estão no perigo de ficarem cegas, de perderem totalmente a visão depois de 40
anos enxergando tudo a sua volta!
Eu
acho que nós temos que dar os nossos parabéns ao pessoal da Sociedade
Brasileira de Glaucoma, que, de maneira voluntária - utilizando o Tesourinha,
emprestado pelo Município -, fez esse ato que, eu acredito, deve ser
patrocinado, deve ser copiado pelos organismos de Saúde tanto do Município, do
Estado e da Federação.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, companheira Verª Maria Celeste, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero, desde já,
cumprimentar a iniciativa da nossa Presidenta, no sentido de, hoje de manhã,
conseguir marcar uma reunião de urgência com o Secretário Cezar Busatto e
também com o Prefeitura Municipal de Porto Alegre, bem como estiveram lá o Ver.
Dr. Raul, o Ver. Carlos Todeschini, a Verª Clênia Maranhão, o Ver. Ervino
Besson, Ver. Dr. Goulart e
esta Vereadora.
Lá
também estiveram os representantes do Conselho de Usuários daquela Região,
Glória, Cristal, Cruzeiro; o Simpa; o Sindicato Médico e também os
representantes dos funcionários. Lamentavelmente, nós soubemos, sim, que é
verdade, que são problemas que vêm de muito tempo; porém, hoje, segundo
palavras do Sr. Prefeito, por problemas de gestão, o problema nunca esteve tão
agravado quanto se está vivendo neste momento. Vejam, senhoras e senhores,
enquanto a Justiça não se debruçar, não olhar com critério necessário para que acabemos
com a vergonha da ambulancioterapia neste Estado, nós vamos continuar pagando
caro uma das pontas desse problema. A Justiça inocentou a vergonha que muitos
Deputados continuam resolvendo as suas campanhas eleitorais usando dinheiro
público e usando as pessoas para se promoverem. Nós vemos, hoje, no Estado,
muitos hospitais fechados, Ver. Sebenelo, muitos. E esse é, sim, um dos
motivos, porque, enquanto não se prioriza a Saúde nas suas Regiões, Porto
Alegre, cada vez mais, vai acarretar com isso.
E
lá no PAM-3, vai o que sobrou da humanidade, os mais pobres, os negros, os mais
envelhecidos e as crianças, Ver. Dr. Raul - V. Exª, como médico, sabe -, os
aidéticos e as pessoas com problema de saúde mental. Lá as crianças e os
adolescentes são lavados em uma pia de inox com água fria, e os que não cabem
dentro dessa bacia de inox não tomam banho. Uma das pessoas com problema de
saúde mental, Ver. Guilherme Barbosa, há duas semanas, seqüestrou uma criança e
levou para dentro do banheiro. Hoje os médicos apanham e os funcionários
também, porque os funcionários são os primeiros a atender quando as pessoas vão
solicitar atendimento. Então, nós vivemos um problema de gerência muito grave.
E o mais grave ainda - a Verª Clênia Maranhão ouviu hoje quando passava lá -
que nos hospitais de Clínicas, da PUC, os grandes hospitais que recebem
dinheiro público também -, é que, quando as pessoas vão pedir atendimento, os
guardas já encaminham, Ver. Melo, para o PAM-3. Eles entregam a essas pessoas
um papel, feito no computador, com o nome do ônibus e como deverão chegar lá.
Os funcionários, a equipe médica, competentes, que lá estão, chegaram ao pico
do estresse, eles não agüentam mais. Hoje não existe uma seringa para fazer um
exame de sangue, fugindo das normas e dos critérios, pois o sangue coagula, e o
exame já não sai como deveria sair.
O
Prefeito Municipal encaminhou, é verdade - e quem tem de falar isso é a Líder
do Governo -, uma Comissão. Mas apelo, Vereadora, para que os representantes da
comunidade, do Simpa, da Associação dos Médicos, os usuários, estejam nessa
Comissão. Do contrário, estaremos fadados ao óbito constante da auto-estima, da
vergonha que vivenciamos no nosso Município. Vamos ao menos tentar evitar o
óbito propriamente dito dessas pessoas.
Agradeço
e parabenizo V. Exª, Srª Presidenta, mais uma vez, dizendo que precisamos, cada
vez mais, fiscalizar e estarmos sempre em constante ação. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, são vários os temas que
quero trazer neste período de Liderança do meu Partido, o PPS. Em, primeiro,
quero parabenizar a população de Porto Alegre, fundamentalmente a população do
Centro-Sul da Cidade, que compareceu maciçamente à reunião do Orçamento
Participativo, na noite de ontem, numa plenária extremamente politizada e com
repercussões positivas para a nossa Cidade, lembrando que aumentou em 63% o número
de pessoas que compareceram, ontem à noite, com aquela chuva, com aquela
umidade, à reunião do Orçamento Participativo. Eu acho que é uma demonstração
da continuidade, do sucesso, da qualificação do processo do Orçamento
Participativo na nossa Cidade.
A
segunda questão que eu queria relatar para as Sras Vereadoras e Srs. Vereadores é que a
nossa Prefeitura permanece dialogando com os servidores do nosso Município,
apresentando uma proposta que, inclusive, está na imprensa, no dia de hoje, de
3% acima da inflação, tendo como data-base o mês de maio. Isto representa um
aumento de 12,63% a esses servidores, referente ao período de 2005 a 2007. Eu
queria dizer que nós estamos, inclusive, recuperando as perdas que os
funcionários públicos do nosso Município sofreram durante os 16 anos do Governo
anterior. Com esta proposta, a Prefeitura de Porto Alegre se coloca como o
Município que propõe uma remuneração, aos seus servidores municipais, mais
elevada do que cidades maiores do que a nossa, como o Rio de Janeiro e São
Paulo, lembrando que só é possível à Prefeitura de Porto Alegre apresentar esse
reajuste superior à inflação graças à política responsável e comprometida com a
preservação das conquistas da nossa Cidade e com a qualificação do serviço
público para atender a população, fundamentalmente aquela população que mais
precisa. Segue o diálogo e segue a proposta que orgulha, realmente, aqueles que
estão envolvidos nesse processo de negociação.
E
eu queria também falar desse tema que foi muito bem abordado pela Verª
Maristela Maffei, porque eu participei, também, hoje, com um grupo de
Vereadores, inclusive com a Presidente da Casa, com o Dr. Raul, que é o nosso
Presidente da Comissão de Saúde, com a presença do Sr. Prefeito José Fogaça, e
com os demais representantes de várias categorias profissionais, dos Sindicatos
Médicos, tratando da antiga questão do PAM-3. Os Vereadores, pela tradição do
trabalho com a população de baixa renda desta Cidade, sabem muito bem do drama
que se arrasta por mais de décadas em relação ao PAM-3. E me recordo, Dr. Raul,
quando eu presidia a Comissão de Saúde desta Casa, quase dez anos atrás - e o
Ver. Oliboni já era membro desta Comissão -, quando nós visitamos o PAM-3, era
o Secretário do Governo passado, que se chamava Motta, onde nós inclusive
denunciávamos a situação de abandono do PAM-3. Recordo também que, muito anos
depois, voltei também acompanhando a Comissão de Saúde desta Casa, e que caía
um temporal, e não tinha teto em uma parte do PAM-3, onde eram colocadas bacias
para que as goteiras - que não eram goteiras, eram verdadeiros chuveiros - não
deixassem cair a água em cima dos pacientes. A crise no PAM-3 é gravíssima.
Alguém disse na reunião de hoje que o PAM-3 é um doente com crise aguda, que se
perpetua, e infelizmente a crise da Saúde Pública brasileira do nosso Estado
não tem ajudado o Município de Porto Alegre a enfrentar este gravíssimo
problema da Saúde pública do nosso País, que, evidentemente, se reflete no
nosso Município. Basta lembrar a falta de repasses do CPMF, os trinta milhões
de reais que o Governo do Estado não tem repassado à Prefeitura, o fechamento
de 14 hospitais no Interior que tem agravado a situação de Saúde.
Mas
eu quero parabenizar a nossa Câmara, também a nossa Presidenta, pela
iniciativa, para que nós possamos continuar colaborando com a busca de soluções
para o PAM-3, principalmente denunciando, cobrando, exigindo que os nossos
hospitais, os hospitais localizados no Município de Porto Alegre, abram as suas
portas para o atendimento da população que mais precisa, como disse aqui a
Verª. Maristela Maffei, aqueles segmentos de idosos, de aidéticos, de pobres,
aqueles que são os mais pobres entre os pobres, porque esta é a lógica do
Sistema Único de Saúde: todos serem atendidos, universalmente, e não empurrarem
para aqueles que estão em atendimento de ponta, para os postos que estão na
periferia, um atendimento da população, porque isso evidentemente não vai ser
suficiente. Então eu acho que a luta da Saúde é uma luta de todos os órgãos
públicos e de todos os Poderes, para que a gente possa, enfim, fazer com que o
SUS efetivamente se coloque na vida das pessoas e atenda a população que mais
necessita do seu atendimento.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Solicito ao Ver. Aldacir Oliboni que presida os trabalhos para que eu use o
Tempo de Presidente.
(O
Ver. Aldacir Oliboni reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
A Verª Maria Celeste está com a palavra em Tempo de Presidente.
A
SRA. MARIA CELESTE:
Obrigada, Ver. Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos. Senhoras
Vereadoras, Senhores Vereadores, solicitei o Tempo de Presidente, porque, desde
ontem à noite, estamos vivenciando nesta Casa - aliás, o Ver. Haroldo de Souza
e o Ver. Dr. Raul têm nos acompanhado, desde o início deste ano; meados de
janeiro e fevereiro -, e acompanhado muito de perto a situação do PAM-3, da
Vila Cruzeiro. Na noite de ontem, acompanhamos - o Ver. Todeschini esteve lá -
a reunião dos funcionários, dos trabalhadores, dos usuários daquele equipamento
de saúde, pedindo socorro à população de Porto Alegre pelo total abandono em
que se encontra aquela situação. Mais do que isto, foram surpreendidos com uma
interdição do Cremers na condição do atendimento daquele Posto e, a partir
desta situação, lá permaneceram usuários, trabalhadores, sindicato,
mobilizados, madrugada adentro, Ver. João Antonio Dib e, hoje pela manhã, foi
solicitado a esta Presidência que fizesse uma intervenção em relação à
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, porque este grupo de trabalho gostaria
muito de ser ouvido pelo Prefeito, para que pudesse relatar a atual situação
que se encontra o PAM-3. Nós, imediatamente, entramos em contato com o Gabinete
do Prefeito, com o Secretário Municipal de Coordenação Política e Governança
Local, Cezar Busatto, que prontamente atendeu a solicitação desta Casa, assim
como o Prefeito, abrindo uma brecha na sua agenda, para que pudéssemos fazer
essa interlocução. Estiveram lá na reunião, com a Presidência da Casa, o Ver.
Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente; a Verª Maristela Maffei,
Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude; o Ver.
Todeschini; o Ver. Ervino Besson; o Ver. Aldacir Oliboni; a Verª Clênia
Maranhão; o Ver. Dr. Goulart e o Ver. Dr. Raul, que eu já havia citado. Fiz
questão de enviar a todos os gabinetes a comunicação dessa reunião e o convite
para estar lá acompanhando uma situação que nós, no início deste ano, inovamos,
e o Ver. João Antonio Dib esteve conosco lá, no início, em fevereiro, quando a
Câmara Municipal pôde verificar, in loco, a real situação que nós,
lamentavelmente, em fevereiro, já constatávamos e alertamos o Sr. Prefeito e o
Sr. Secretário da Saúde do caos e da situação que estava, naquele momento, em fevereiro.
Deixamos, inclusive, um relatório da situação constatada para o Prefeito e para
o Secretário da Saúde, e, até hoje, não tivemos resposta. E isso nós falamos
hoje também ao Sr. Prefeito. O relatório das constatações e das questões da
Câmara Municipal foi entregue, em fevereiro, e os Vereadores que ali estiveram,
o Ver. João Antonio Dib, a Verª Neuza Canabarro, a Verª Margarete, o Ver.
Todeschini, entregaram um relatório único desta Casa, e, até este momento, nós
lamentavelmente não tivemos resposta. E, hoje, nós pudemos ouvir as pessoas que
lá estavam, as representações que lá estavam, Ver. João Antonio Dib. Havia a
representação dos usuários do Conselho Gestor Distrital; do Sindicato Médico;
também das trabalhadoras da enfermagem, dos trabalhadores, em geral; do
Sindicato; do SIMPA, que lá colocaram todas as suas preocupações no sentido de
poder, de fato, resolver um problema sério, colocado lá, que é o problema da
gestão.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Presidenta, Verª Maria Celeste, eu,
como Secretário de Obras, já reformei o Pronto Socorro sem que parassem as suas
atividades. Hoje, pela manhã, eu ouvi o Secretário Pedro Gus informando que há
uma empresa contratada estudando a forma de fazer a recuperação, sem que o
atendimento seja prejudicado. Não se pode fechar e fazer toda a recuperação;
tem que ser de uma forma ordenada, disciplinada e tecnicamente compatível com
as necessidades. Eu acho que nós estamos num caminho razoavelmente bom.
A SRA. MARIA CELESTE: Exatamente. O
Posto só não fechou, porque a comunidade ficou mobilizada e, rapidamente,
também, a Prefeitura entrou com uma liminar, questionando esta ação, porque,
senão, estaria de fato, fechado. E lá vão permanecer mobilizados para que, de
fato, a comunidade não seja prejudicada com essa atuação. Agora, a maior reclamação que tem lá, que
nós já havíamos observado em fevereiro, é a questão da gestão e da
administração interna. Existem problemas pontuais que precisam ser resolvidos a
médio prazo, e existe, obviamente, todo o processo necessário de uma grande
reforma naquele equipamento, para que, de fato, haja resolução dos problemas.
Agora, existem problemas que podem e devem ser solucionados rapidamente, e isto
foi o que foi dito ao Sr. Prefeito.
E
nós nos colocamos à disposição, e já, da outra vez, colocamos isso ao Prefeito,
porque se fala muito na CPMF, dos recursos do Governo Federal; e o Governo
Federal tem, sim, aportado recursos na área da Saúde para Porto Alegre. A maior
dificuldade que se tem encontrado, e disso esta Câmara tem que tratar também
junto ao Governo do Estado, é o repasse da área da Saúde, que não chega na
cidade de Porto Alegre e que já está na conta dos 30 milhões de reais. Então
esse saldo é extremamente importante para a cidade de Porto Alegre, e parece
que só a obrigação - em relação à saúde para a cidade de Porto Alegre - acaba
sendo do Governo Federal. Na realidade, do Governo do Estado, que deveria estar
investindo - na cidade de Porto Alegre - na área da Saúde... Nenhum centavo
chega para nós, nos dias de hoje. Então é lamentável a situação caótica em que
se encontra o PAM-3. E a Câmara Municipal se posiciona favoravelmente, para que
possamos enfrentar juntos essa dificuldade, inclusive gestionando junto ao Governo
do Estado, para que mande os recursos da Saúde para a cidade de Porto Alegre.
O
Sr. Prefeito encaminhou, então, como deliberação, um grupo de trabalho, que nós
acolhemos na hora. Hoje à tarde, eles estarão reunidos na Prefeitura, e seremos
novamente chamados, para que possamos, juntos, construir um planejamento
estratégico, Ver. Todeschini - este grupo que estava junto à Prefeitura -, um
planejamento de uma ação estratégica, para que, de fato, possamos buscar a
solução para esse gravíssimo problema, que muitos dizem que não é de agora.
Pois bem, não é de agora, mas é agora que nós temos que enfrentar esses
problemas e tentar a resolução deles. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
(A
Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Tempo Especial, para relatar sua
viagem em representação.
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho aqui fazer um relato,
porque, nos últimos dias 17 e 18, estive em Brasília, pois fui convidado pelo
Ministério da Justiça, pela equipe que prepara o Plano Nacional de Segurança
Pública, coordenada pelo Delegado Zaqueu, para apresentar o Projeto das Ações
Integradas de Segurança que tramita nesta Casa, o qual estamos pedindo que
volte para discussão e que seja aprovado.
Foi
muito importante a forma como fomos recebidos; inclusive nos foi apresentada a
totalidade das questões que envolvem o Plano Nacional de Segurança que o
Ministério pretende anunciar até o dia 31 de maio.
Nos
pressupostos do Programa estão três questões básicas. Primeira: dar
continuidade aos programas e ações existentes; segunda: integração das áreas de
polícia, ou a constituição das áreas integradas para integração das ações de
polícia; e terceira: a participação popular e o controle social. Portanto,
duas, das três questões que são pressupostos para o Plano Nacional de Segurança
Pública, estão contempladas no nosso Projeto, que também será recomendado para
todas as prefeituras e para os Estados, para que sejam implantadas as Áreas
Integradas de Segurança Pública.
Parece
uma questão elementar, mas, mesmo sendo elementar, hoje é um fato completamente
distante da realidade, porque, na maior parte das vezes, as delegacias, a
Polícia Civil, a Guarda Municipal não têm nem uma comunicação; não têm como
mapear, não têm como identificar, não têm como fazer uma inteligência eficaz,
não têm como exercer um controle social e não têm como fazer uma avaliação
profunda dos resultados que devem ser medidos pelas comunidades.
Então,
a partir da integração das áreas, vai-se poder trabalhar com base em dados,
elementos, informações comuns que possibilitam uma medição constante, uma
avaliação constante por parte da comunidade, e também, possivelmente, será
feita uma avaliação à distância, através de uma entidade acadêmica, uma
universidade de Sociologia ou de Direito, da área das Ciências Humanas, para
que se possa também observar e medir melhor os resultados.
Portanto, considero que foi muito importante e
muito produtiva essa nossa viagem. Encontrei, inclusive, no dia 17, o Prefeito
Fogaça, que estava lá, e ele me disse que, para esse assunto, estamos juntos,
somos parceiros.
Também apresentei este Projeto ao Delegado Stocker,
Subsecretário Estadual de Segurança, e já obtive retorno também como altamente
desejável e oportuna a implantação das Áreas Integradas de Segurança, cuja
discussão teremos nos próximos dias, e creio que vamos ter uma aprovação
tranqüila, porque isso vem em benefício e em acordo, e vem inclusive na
contrapartida da aplicação dos Programas Nacionais.
Estive ainda no Ministério de Minas e Energia e no
Ministério da Educação acompanhando pesquisadores da Universidade de Santa
Maria, que desenvolveram um projeto e buscam apoio para a implantação de uma
unidade-piloto de química fina para o reaproveitamento da cinza de carvão e dos
resíduos vegetais provenientes das fábricas que trabalham com madeira e
celulose.
Era isso o que tinha a relatar sobre a viagem. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito a
abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum, para ingressarmos na Ordem do Dia. (Após a verificação.)
Havendo quórum, passamos à
Conforme acordo da Reunião de Mesa e Lideranças,
solicito que o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça presida a
reunião conjunta das Comissões, para que possamos avaliar o PELO nº 002/06, que
trata da questão do Recesso. Estão os suspensos os trabalhos da presente
Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h30min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste - às 17h41min): Estão reabertos os trabalhos.
O
SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento):
Srª Presidente, solicito verificação de quórum.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Solicito abertura do painel eletrônico, para que possamos verificar o quórum.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
registramos a presença de 18 Vereadores; portanto, não há quórum para seguirmos
com a presente Sessão, embora haja quórum para a discussão do Projeto que está
na Ordem do Dia. Convido todas as Sras Vereadoras e Srs. Vereadores para termos quórum e presença
na Sessão do dia de amanhã.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª
Presidenta, eu gostaria que fosse examinado o Requerimento nº 053/07
perante o Regimento Interno, antes que ele seja votado, para que não haja
situações desagradáveis.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Por
favor, Vereador, repita o número do Requerimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Requerimento
nº 053/07 - Processo nº 2537/07 -, se está dentro do Regimento Interno.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Respondo
ao Ver. João Antonio Dib, lamentavelmente nós não votamos a ordem estabelecida
de Projetos para votação; portanto, não há como avaliar o Requerimento, pois
nós só temos 18 Vereadores, não temos 19 Vereadores para votar, mas temos
quórum para tanto. Lamentavelmente, Vereador, eu gostaria de apreciar este
Requerimento e todos os outros Projetos que estão aqui para votação, que são simples,
como títulos e nomes de ruas. Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h46min.)
* * * * *